Padrão Plástico

Oie, Kami-chan se apresentando para o serviço! Estou de volta! O post hoje tem um tema que vai servir de introdução ao Setembro Amarelo, espero que gostem.

Hoje lhes trago um novo trio: Philip Larkin, Got7 e Scott Westerfeld. E o tema é relacionado aos padrões de beleza que estão encalacrados na nossa sociedade desde que o mundo é mundo, infelizmente.

Philip Larkin foi um poeta britânico que fez parte de um grupo literário conhecido como The Movement que, em suma, eram contra a literatura moderna e prezavam por uma visão mais nostálgica da Inglaterra.

Isso é bastante perceptível no poema que escolhi dele, Essential Beauty, que critica a beleza moderna da sociedade. Obviamente, ele não está se referindo à beleza de um indivíduo, no entanto, ainda acho válido usar esse poema, pois, de toda forma, ele aborda uma forma de beleza que é simplesmente distante do que é visto no cotidiano.

Imagem retirada do Pinterest

O livro desse post é “Feios”, do Scott Westerfeld. É o primeiro de uma quadrilogia. É uma distopia adolescente, com a vibe fim de mundo e governo opressor que é tão comum a esse tipo de narrativa. A diferença aqui é a forma que a sociedade funciona. Ao completar 16 anos, o governo presenteia os adolescentes com uma cirurgia plástica miraculosa, que os transforma de “feios” em “perfeitos”.

Os “perfeitos” recebem todos os privilégios imagináveis: riquezas, status, facilidades. Tudo mesmo. Então, praticamente todos os “feios” querem virar “perfeitos”. O padrão aqui é descaradamente imposto pela sociedade, na verdade, literalmente, já que o governo te dá a cirurgia e você fica exatamente no molde que eles ditam. E, se sair da linha antes disso, você nunca chegará a ser um “perfeito”, continuando um pária.

Eu só li o primeiro livro (que vergonha), então não sei os rumos que a história toma. Mas digo que vale a pena, se você tiver um pouco de paciência para esperar a protagonista cair em si e perceber que ser uma “perfeita” não é tão perfeito assim.

Imagem retirada do Pinterest

Just Right é, provavelmente, uma das músicas mais famosas do Got7. Apesar de ter uma batida divertida e parecer super bobinha, a mensagem dessa música é realmente profunda. A busca pela estética perfeita é muito forte na Coreia do Sul, arrisco a dizer que seja mais forte que aqui.

É comum que os pais presenteiem os filhos adolescentes com cirurgias plásticas e procedimentos estéticos. Corpos magérrimos, rostos pequenos e em formato de coração, narizes retos, peles pálidas, pálpebras duplas, são os sonhos de consumo de muitos. Esses traços não são comuns à população, portanto, o padrão de beleza pregado lá é ainda mais alto e difícil de se ver no cotidiano.

Imagem retirada do Pinterest

Quando se cria um padrão, o que não se encaixa corre o risco de ser descartado e excluído. Isso pode parecer algo que se aplicaria num conceito industrial, no entanto, mesmo que sejamos pessoas, é algo que pode se aplicar a nós e isso está longe de ser algo bom ou raro. Nesse contexto, surgem questões relacionadas ao bullying e à auto-aceitação.

No fim das contas, é meio improvável que essas irrealidades impostas a nós desapareçam, uma vez que parece intrínseco ao ser humano a busca pela perfeição. Contudo, o “pulo do gato” está em chegar a termos consigo mesmo. Até que ponto você está procurando se encaixar numa medida pré-fabricada e o quanto você tem que se esforçar para isso, quando, na verdade, a real busca pela qual temos que nos empenhar, é em estarmos felizes por nós mesmos. Embora isso nem sempre seja tão simples.

~Lovingly, Kami ♡

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